segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Altos e baixos






      Dúvidas, anseios, incertezas. A vida é mesmo uma caixa cheia (lotada) de surpresas. Planejamos tanto, são muitos os sonhos e objetivos a serem alcançados. O coração se enche de alegria quando algo é conquistado e dói quando vem a frustração. Não desistimos e voltamos a planejar, porque é o que mais sabemos fazer. Lá vêm novas metas e as esperanças são renovadas. Quem sabe uma viagem, uma nova carreira ou novos hábitos. 

     A capacidade de se reinventar é uma das coisas mais incríveis do ser humano. Conseguimos superar a tristeza, a decepção, os mais diversos problemas e nós mesmos. Tantas perdas já enfrentamos, que se formos olhar para trás ficaremos orgulhosos. E depois vêm mais dificuldades, desencantos, fracassos, desapontamentos.E nos perguntamos: até quando? Quando vamos poder viver em paz, sem preocupações?

    Caro leitor, isso nunca vai acontecer. Eu e você nunca estaremos isentos disso. É assustador quando se para pra pensar, mas há uma explicação. Nada é em vão.O susto em um acidente, por exemplo, nos faz querer viver mais e melhor. É "nascer de novo", como dizem.  A falta de dinheiro nos mostra que as coisas mais simples (e que ele não compra) são as que mais fazem diferença, e que também precisamos saber administrar o que ganhamos. As decepções servem pra aprendermos que as pessoas erram mesmo e não devemos depositar todas as nossas expectativas nelas. Aprendemos a nos amar mais, a valorizar nossa família, nossa saúde, o emprego que temos, que tanta gente procura e nós desdenhamos. Tudo é aprendizado. 

      Se as coisas fossem sempre fáceis, se a vida só tivesse momentos agradáveis e felizes, não teríamos a oportunidade de amadurecer, crescer e aprimorar aquilo que há de bom em nós. Como é bom quando há superação! Quando entendemos o real sentido da vida e conseguimos vivê-la em paz,mesmo diante das dificuldades.  Aprender com as tribulações é, sem dúvida, um dos grandes presentes que Deus nos dá todos os dias. É uma dádiva. Que saibamos aproveitar os altos e tirar lições dos baixos da nossa existência. 

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Acredito






    Eu acredito. Acredito que vou testemunhar milagres, meus e dos outros. Viverei os sonhos de infância e aquela sensação de realização tomará conta de mim. Acredito que melhorarei como pessoa e as preocupações de hoje ainda me farão rir. Que as rugas vão aparecer, mas por dentro permanecerá aquela menina de sempre. Sinceramente, acredito que até das coisas que não falei, mas pensei, Deus se lembrará. Que aprenderei muito, da vida e de tudo o que ela oferece. Ainda conhecerei os lugares que vi nas fotografias. Acredito que terei a chance de dar continuidade à minha geração e cuidarei dela com todas as minhas forças. Que não perderei o vínculo com aqueles que são essenciais. Que sempre existirão pessoas boas, que têm o coração grande e sabem demonstrar amor. Que saberei viver melhor, mais tranquila. Que a nostalgia poderá aparecer,mas o hoje sempre será a minha melhor fase. Acredito, com todo o meu coração, que meu lugar não é aqui, e quando voltar para o meu lar serei plenamente feliz. 

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Viver bem




"O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.
Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça.
Digo o que penso, com esperança.
Penso no que faço, com fé.
Faço o que devo fazer, com amor.
Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois
BONDADE TAMBÉM SE APRENDE.” Cora Coralina

    A vida ensina. Vivenciamos tudo, coisas boas e ruins, que nos fazem amadurecer e crescer como seres humanos. Cora Coralina, uma escritora que admiro profundamente, nos dá uma lição em cada palavra acima. Perguntaram-na o que é viver bem. Sua resposta mostra a sabedoria de anos muito bem vividos e me fez refletir no que eu diria em seu lugar. 

   Corremos de um lado para o outro, diariamente, lutando para conseguir sobreviver neste mundo capitalista. Nos preocupamos com contas para pagar, prazos a vencer, conteúdos para estudar, coisas para comprar... e a lista continua. O que realmente importa vai ficando de lado, os laços são alargados e os anos não perdoam. Quantos arrependimentos tidos, quanto remorso por não ter dado importância ao essencial. Palavras não ditas, sorrisos escondidos, aquilo que deixamos de fazer ao próximo, tão pequeno para nós,mas de grande valor ao outro. 

   O que se vê é uma sociedade cujos integrantes são individualistas e fúteis,e o pior é que todos sabem disso. Tamanha superficialidade contrasta com as mazelas que assolam todas as camadas; vê-se um povo carente em todos os aspectos, depressivo, perdido e alienado. E nós aqui, assistindo a tudo isso e deixando o tempo passar. Preocupamo-nos apenas com o nosso umbigo, nosso trabalho, estudos, sonhos, muitas vezes utópicos, mas preferimos eles à realidade. 

     O esforço para sermos melhores não deve ser para o nosso mérito, orgulho próprio, mas sim a fim de fazer algo diferente, que cause um impacto positivo nas pessoas. Que as faça sorrir e ter vontade de melhorar também.  Isso não se aprende instantaneamente, somente lendo um texto. Aos poucos entendemos o nosso papel enquanto seres humanos.Compreender a efemeridade da vida é aproveitá-la em suas singularidades e torná-la mais aprazível e propícia ao amor. 

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Convivência






    O bonito do ser humano é a sua complexidade, suas mais loucas diferenças no pensar, agir, olhar, vestir, seu jeito de falar, escrever, sonhar e os mais variados verbos. Se fossemos iguais em tudo seria monótono. Temos a péssima mania de achar que as outras pessoas são como nós, que fariam aquilo que certamente faríamos em determinadas situações. Pensamos que os outros lembram da nossa existência e de tudo o que representamos como lembramos deles. Acreditamos tanto nisso que, quando não acontece, nos sentimos muito ofendidos, magoados, traídos.
     A forma como tratam os assuntos referentes à nossa vida interfere diretamente em nosso cotidiano. Esperamos muito daqueles que amamos e, quando não acontece como imaginávamos, nos enchemos de profunda frustração. As desilusões são muito comuns, mas nem todos sabem lidar com elas. Tudo é motivo para uma profunda mágoa aparecer e tudo o que foi construído desmoronar.
   A decepção aparece quando as expectativas são grandes, a ponto de querermos que o nosso próximo aja exatamente como nós. Talvez se nos preocupássemos menos, se não colocássemos tanta responsabilidade sob os ombros alheios, a vida seria mais leve e entenderíamos que todos somos passíveis ao erro. Se, ao invés de desejarmos uma cópia de nós mesmos, analisássemos nossas atitudes perante todos que nos cercam, certamente os relacionamentos seriam mais fáceis e tranquilos. Conviver é correr riscos o tempo todo, é abrir mão da própria vontade, fazer o que não gosta às vezes, ouvir, chorar junto, entender o lado dos outros, aceitar as particularidades. Estas, se apreciadas, podem nos fazer amadurecer e perceber que nossas falhas são bem maiores.



segunda-feira, 22 de agosto de 2016

NOVAmente





    De uma coisa eu tenho certeza: nunca é tarde. A não ser quando se trata da morte, é claro. Esta, infelizmente, decreta o fim DESTA vida. Mas sempre há novas oportunidades, novos desafios, uma habilidade a ser adquirida, um novo hobby, uma nova paixão, uma vontade diferente. Como tantas pessoas que passaram no vestibular depois dos 40, casaram depois dos 60, conseguiram engravidar aos 50. Alguns conheceram lugares, pessoas e até a si mesmos. A mulher que percebe que a sua beleza interior é uma preciosidade e deixa sua insegurança de lado. O estudante que no fim do curso decide que essa não foi a sua melhor escolha e decide mudar de carreira. Os pais que, mesmo com seus filhos já crescidos, entendem que, no passado, não lhes deram a atenção necessária e querem recomeçar, dialogar, acarinhar. O sedentário que descobre o prazer de cuidar de si. O casal que decide reafirmar seu amor e superar as adversidades juntos. Quantas barreiras são ultrapassadas, medos enfrentados, tantas curas. O tempo passa depressa, mas não nos impossibilita de vivenciar as mais incríveis experiências. A vida é mesmo surpreendente. Tão surpreendente que aqui estou, escrevendo de novo.