sexta-feira, 5 de maio de 2017

Seguir ou desistir?




        Quando penso em educação, especialmente no país em que vivemos, e em tudo o que tem acontecido nos últimos anos (ou o que tem deixado de acontecer), sinto uma grande insatisfação. Quem ama a vida docente não se conforma com a situação em que o Brasil tem colocado os nossos alunos e professores. São tantos projetos incríveis mandados diariamente para nós, mas infelizmente os que os fazem não tem a menor noção do que é uma sala de aula. 
         Vivemos dias em que o que importa são os índices. É extremamente necessário mascarar certos problemas e dizer ao mundo que estamos muito bem. Enquanto isso, estudantes de ensino fundamental e médio são analfabetos funcionais,não conseguem realizar as quatro operações matemáticas, detestam ler, amam abreviar as palavras, têm um lanche precário, não têm investimentos como laboratórios ou outros utensílios que facilitam o aprendizado, dentre outros. A lista é extensa. 
           Colegas de profissão, que há anos estão na luta por uma educação de qualidade, não veem a hora de se aposentar (Ah,lembram da reforma da previdência?). Os novatos, iludidos na universidade, agora vivenciam na prática o que é o ensino público. E agora José? Seguir ou desistir?
            Questionamentos invadem nossa mente todos os dias, inclusive sobre a nossa capacidade de incitar a mudança. Mas ela acontece. Sempre haverá pelo menos uma reação a tantas ações extraordinárias. O tempo investido, a paciência mediante às dificuldades de aprendizagem, as tantas metodologias inventadas; tudo isso tem retorno. São combustíveis que nos motivam a tentar de novo, a crescer como profissionais e seres humanos; afinal, só consegue ser professor no nosso país quem realmente tem amor, muito amor pelo magistério. 
         

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